quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Matéria publicada no site Fauna News

Roda de Passarinho percorre o Brasil levando brincadeiras e informações sobre ambiente e Ciência às crianças

Crianças sentadas em roda

Roda de Passarinho no Instituto Oca Brasil em Alto Paraíso de Goiás – Foto: Simone Guimarães

Jornalista com MBA Executivo de Administração e especialização em Comunicação Corporativa Internacional. Observadora de aves e escritora de livros infantojuvenis com temática voltada à conservação da fauna
educacaoambiental@faunanews.com.br

Pouco tempo depois de ter lançado meu primeiro livro infantil, Topetinho Magnífico (Ed. Melhoramentos, 2012), recebo uma mensagem do fotógrafo e designer gráfico Renato Rizzaro, que até então não conhecia, perguntando se eu poderia doar alguns exemplares do livro para serem usados em um programa com crianças.

Logo me animei, pois sempre encarei que a finalidade maior de escrever livros infantis seria que eles chegassem a um maior número de leitores mirins. E interessei-me por conhecer a aventura para onde Renato levaria o Topetinho, um projeto chamado Roda de Passarinho.

Uma Toyota, muitos livros e fotos de aves. Com basicamente esse arsenal, o casal Renato Rizzaro e Gabriela Giovanka tem percorrido, há quase 20 anos, o Brasil, para educar de forma lúdica crianças de diversas regiões.

Tudo começou – conta a administradora especializada em Naturologia, Gabriela – com a visita frequente de crianças da comunidade onde a Reserva Rio de Furnas, em que moravam, está inserida, no município de São Leonardo, interior de Santa Catarina. A área foi adquirida pelo casal em 2001 e transformada em uma RPPN, ou seja, em uma reserva particular do patrimônio natural. “Uma visita recorrente era a nossa vizinha Ana, então com 7 anos.”, lembra-se Gabriela. Segundo ela, foi vivendo na Reserva que passaram a estudar a natureza, em especial a observação de aves.

Por que Roda de Passarinho?, pergunto, curiosa. “Percebemos que as aves são um símbolo muito forte de beleza, curiosidade e liberdade para todas as idades, e esses são sentimentos que experimentamos durante o tempo em que vivemos na Reserva”, explica Gabriela. Concordo plenamente com eles.

Sentados em frente à casa, na cozinha ou caminhando pelas trilhas que mantinham, conversavam animadamente com as crianças sobre a água pura do rio, os animais que se aproximavam da casa, porque era importante cuidar das árvores e quais os nomes das aves avistadas que descobriam e registravam por meio de fotos, gravação dos cantos e pesquisa nos livros.

“Percebemos que as crianças adoravam essas conversas tanto quanto nós e resolvemos oferecer um pouco do nosso tempo para a escola multisseriada de São Leonardo”, diz Gabriela. Aprovada a ideia pela Secretaria Municipal de Educação e pela professora da escola, passaram a dedicar uma tarde por mês para o encontro, que também passou a incluir as crianças que frequentavam o PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, com sede em Alfredo Wagner (SC).

Depois, em parceria com a prefeitura e o Colégio Estadual de São Leonardo, realizaram uma exposição de fotografias de animais e de paisagens da Reserva Rio das Furnas, que recebeu visitas monitoradas dos estudantes e professores da cidade.

Nascia assim a Roda de Passarinho.

“Nosso objetivo é a sensibilização para a importância da recuperação e da conservação das florestas, orientados por nossas experiências, pesquisas bibliográficas e auxílio de pesquisadores e amigos que frequentavam a Reserva”, diz Gabriela.

Pé na estrada
Em 2010, Renato e Gabriela deixaram a Reserva e resolveram levar a Roda de Passarinho para outros lugares do Brasil. “Estávamos com um arquivo fotográfico e sonoro muito bom das aves da Floresta Atlântica. Queríamos conhecer os outros biomas e as comunidades que neles vivem”, contam.

O primeiro destino, em setembro de 2011, foi o Pantanal, “esse incrível mundo do movimento das águas e aves”, na definição de Renato. Na bagagem, além de fotografias, alguns materiais coletados nas trilhas da Reserva, como sementes e penas; uma tarrafa especialmente feita para a Roda; flautas; áudios de cantos de aves; e livros infantis sobre aves, doados por amigos, para serem distribuídos entre as crianças e nas escolas. Isso sem mencionar uma lista de aves a serem observadas e fotografadas com a ajuda de guias e amigos.

A partir dessa experiência, o roteiro foi ampliado nos anos seguintes para a Amazônia, o Pampa, o Cerrado, a Caatinga e, por último, para o litoral, para conhecer as aves costeiras.

Professora e alunos mostrando fotos de aves
A professora Neri e seu Antonio do Boto juntos com a turma da escola na comunidade de Igapó-açú (AM) – Foto: Renato Rizzaro

Antecedem as viagens muita pesquisa: listas de aves, contatos com biólogos, guias e a orientação do amigo ornitólogo Vítor Piacentini. “Pesquisamos os hábitos, a alimentação, o habitat e cantos e entramos em contato com pessoas, escolas e instituições para o possível agendamento das Rodas nas cidades em que passamos. Solicitamos permissão para entrar em parques nacionais com possibilidade de hospedagem e por aí vai…”, explica Renato.

Essas expedições são financiadas com o seu trabalho e com a confecção dos pôsteres das aves, que vendem em uma loja virtual. A exceção ficou por conta da expedição à Caatinga, realizada através de financiamento coletivo.

“Com o passar do tempo, muitas pessoas passaram as nos receber em suas casas e contribuíram para a realização da Roda de Passarinho em diversas comunidades e lugares onde não teríamos como passar”, diz Gabriela.

Público e materiais
O público é constituído principalmente de crianças e jovens de 7 a 12 anos, estudantes do ensino básico e fundamental, de escolas públicas, com a presença de professores e, quando possível ,com convidados da comunidade. Já houve Roda com grupos de professores e de estudantes universitários de cursos de Ciências.

A Roda de Passarinho conta com a distribuição de fotos (originais, em papel fotográfico no formato 13×18 cm) de paisagens, animais, plantas e – claro! – aves, que circulam de mão em mão, em formação de roda, com a atenção voltada para os nomes, onde são encontrados, o que comem, etc.; além de uma atividade física, como o alongamento (sugerindo a observação da postura e comportamento das aves) e orientação para a observação das aves em seu habitat, estimulando o silêncio e intercalando os cantos, em playback. Nessa atividade, as crianças tentam adivinhar quais aves estão cantando e aprendem sobre a importância da identificação das espécies através do som – para a ciência e os observadores de aves.

Crianças deitadas em roda no chão
Atividade realizada na Fundação Casa Grande, no Crato (CE,), em 2015 – Foto: Roda de Passarinho

Outras atividades realizadas são a distribuição de sementes secas, cápsulas de sementes, flautas de taquara, etc., com objetivo de demonstrar a interação de todos esses elementos com os bichos, especialmente as aves; e a brincadeira da tarrafa de bola, que busca elucidar a importância do respeito entre as diferenças e a cooperação. “A Tarrafa de Bola, atividade adaptada dos Jogos Cooperativos, finaliza a Roda de Passarinho e busca elucidar a importância do respeito entre as diferenças e da cooperação para a realização de um objetivo”, explica Renato.

Como reagem as crianças a tudo isso? Com encantamento e muita curiosidade, assegura Gabriela.

“Um aluno, certa vez, ao ser questionado ao final da Roda sobre o que mais havia gostado, pensou alguns segundos e falou, objetivo e direto: pau seco! Após um breve silêncio dos demais participantes, completou triunfante: porque adoro pica-pau e, sem pau seco não tem ninho nem comida para pica-pau. As reações podem ser incríveis, não é mesmo?”, recorda Renato.

Recepção
“Até hoje só temos boas recordações dos locais onde passamos com a Roda de Passarinho e cada uma delas tem uma história emocionante a ser contada”, diz Gabriela, lembrando-se da pequena Vila Rayol, em Itaituba (PA), vizinha do Parque Nacional da Amazônia.

“Ali, nas margens do Tapajós, aconteceu a terceira Roda de Passarinho da Expedição Amazônia. O pequeno vilarejo – matriarcal – estava sendo ponto de encontro de equipes de prospecção de hidrelétricas que seriam construídas naquela parte do rio. Chegamos de repente e todos os visitantes ou eram pesquisadores ou contratados pelas empresas de prospecção. Procuramos a líder comunitária, explicamos nossa intenção e fomos aguardar a reunião dos alunos, professora e convidados à sombra das árvores, à beira do Tapajós. Pouco a pouco, a roda foi feita e iniciamos nossa apresentação. Logo apareceu o primeiro pássaro e outro e as pessoas foram chegando, empolgadas, mostrando o que conheciam dos bichos do local. Finzinho da tarde, fomos dormir e, na manhã seguinte, fomos recebidos por uma galerinha da escola que nos trouxe desenhos e redações feitos para nos presentear. Aí a gente amoleceu de verdade com tanto carinho.”, lembra-se.

Pedra de Vila Rayol (PA), lugar onde a comunidade se reune para admirar o nascer do sol – Foto: Gabriela Giovanka

E agora, com a pandemia?
Tudo suspenso, diz Gabriela, citando os planos para o futuro: encontrar um lugar para cuidar e muitas Rodas de Passarinho.

“Por enquanto, é preciso garantir que todas as crianças estejam seguras.
Seguimos apresentando nossa lojinha virtual para conseguir recursos, seguimos elaborando guias de aves para parques, municípios e parceiros, e com uma vontade imensa de botar o pé na estrada!”, completa.

sábado, 18 de abril de 2020

14 mil quilômetros em 120 dias pela Costa Brasileira - Capítulo III

De Recife à Icapuí pela Caatinga

A partir de Salvador ficamos soltinhos na marola, como se diz, e assim chegamos na casa do Rafael Buda, produtor e agitador cultural que nos apresentou à uma Olinda pulsante! Fomos a festas, eventos e conhecemos a Ialorixá Mãe Beth de Oxum, poderosa força com seu Ponto de Cultura Coco de Umbigada e a Rádio Amnésia, em Guadalupe.

Buda nos apresentou o MUCA - Museu de Cinema e Animação Lula Gonzaga e a Casa/Atelier do famoso gravurista e cordelista J. Borges, de onde saímos com originais em madeira, gravuras, cordéis e conhecedores da técnica com que os familiares tratam de enriquecer o acervo dos Borges.

Marcante também foi conhecer Anna Andrade e o seu trabalho com as mulheres da Ilha de Deus, primeiro no Cine.Ema, junto do Buda, e depois reencontra-la em Olinda.

Ilha de Deus é uma comunidade pesqueira do estuário da Bacia do Pina, localizada entre os bairros da Imbiribeira, Pina e Boa Viagem, na confluência dos rios Tejipió, Pina e Jordão, uma das maiores áreas de mangue em zona urbana do Brasil e um dos últimos resquícios desse ecossistema em Recife.

De Pernambuco deslizamos até a Paraíba para encontrar com Ico e Polyanna e andar de bicicleta numa das melhores ciclovias brasileiras, em João Pessoa. Passamos dias encantadores na capital paraibana e nesta altura da Expedição recortamos um pedaço do Rio Grande do Norte, queríamos chegar em Icapuí, no Ceará, conduzidos pelo casal, que nos abriu as portas de sua casa no Sertão do Seridó.

Ico agitou uma Roda de Passarinho em São José do Seridó, nos apresentou a Serra da Formiga e nos presenteou com uma bela pedalada pela Caatinga Grande. O casal nos acompanhou até a saída da Caatinga, passando por São Bento, na Paraíba, a maior produtora de redes do Brasil.

Chegando em Mossoró, passamos um dia todinho entre oficinas para consertar o alternador da Toyoca e fomos bater em Tibaú, litoral do Rio Grande do Norte, no dia seguinte.

Onofre, da Aquasis, nos acompanhou em pontos-chave no litoral do Rio Grande do Norte e Icapuí nos recebeu mais uma vez com novos amigos, muitas aves migratórias e hospedagem na Barraca do João Velho.

Na praia de Peroba fomos acolhidos no Camping Mahalo e convidados para um bom papo com Roberto Kobayashi, em sua apaixonante casa ao lado de falésias e um mar absurdamente verde e profundo.

Dali partimos para Cajueiro da Praia, no Delta do Parnaíba, divisa com Piauí para encontrarmos com Heleno Francisco dos Santos, Coordenador da base do Peixe-boi no Piauí, na sede do ICMBio, encaminhados por Onofre.

Feira do Conde em Sergipe, parada pra abastecer a alma

Em Pontal do Coruripe, Alagoas, nosso primeiro contato com a mancha de óleo

Afiche no acervo da Igreja Santa Maria dos Anjos, Penedo, AL

Vista do Marco Zero em Recife, Pernambuco

Na casa de Mãe Beth em Olinda. Buda fez a foto.

O MUCA tem peças da época mágica das artes visuais em movimento

No atelier de J. Borges originais pintados à mão antes de virarem gravuras

Belas e bem projetadas ciclovias de João Pessoa

Pedalada na Caatinga Grande, moleza para quem é acostumado com sol e pedras soltas

O maestro Ico admira violino no Museu do Seridó

Serra da Formiga, na Caatinga do Seridó

Debaixo do Juazeiro, sombra disputada sob o sol à frente da casa da família de Polyanna

Vista deslumbrante do Camping Mahalo

Uma das casas do ICMBio em Cajueiro da Praia, sonho de Heleno torna-se realidade

Onofre da Aquasis nos orientou e acompanhou pelo litoral Cearense


 

Guia e Poster das Aves Costeiras

Passamos os três primeiros meses de 2020 escolhendo, tratando e recortando fotos; estudando cores de fundo até chegar ao azul de Iemanjá; desenhando e trocando ideias com Guias, Ornitólogos e fotógrafos para finalmente apresentar o Guia e o Poster das Aves Costeiras.

Provas de prelo foram analisadas com carinho e precisão; mínimos acertos foram revisados trocentas vezes por nossos parceiros e enviados para a gráfica. Agorinha, neste mesmo instante, chegaram os impressos e estão prontinhos para serem enviados para todo mundo curtir as maravilhas aladas da Costa Brasileira!

Clique e adquira na Loja de Passarinho




 


Detalhe do Poster das Aves Costeiras

Outro detalhe do Poster das Aves Costeiras

O Guia de Bolso das Aves Costeiras com sua bela capa
Foram acrescentadas algumas espécies além das que estão no Poster

Detalhe do Guia das Aves Costeiras

 

Ficha Técnica

Realização: Roda de Passarinho
Fotos, Redação, Design: Renato Rizzaro
Pesquisa e Revisão: Gabriela Giovanka 
Orientação e Revisão Científica: Vítor de Q. Piacentini e Onofre Monteiro/Aquasis
Fotógrafos convidados: Alejandro Olmos, Bruno Kadletz, Carlos Blanco, Cecília Licarião,
Danielle Bellagamba, João Quental e Marina Somenzari
Fontes: Helmut Sick, CBRO, HBW

 

Agradecimentos

Adriana Mendes, Nova Friburgo, RJ
Aldeia Karipuna, Oiapoque, AM
Aldeia Pataxó, Porto Seguro, BA
Alexandre e Isa Moreira, Ilha de Santa Catarina
Anna Andrade, Ilha de Deus, Olinda, PE
Antonella Tassinari, São Paulo, SP
Bárbara, Leonor e família, Itaparica, BA
Caio Brito e Tati Pongiluppi, Caparaó, MG
Carlos Eduardo Blanco, Angra dos Reis, RJ
Cecília Licarião, Fernando de Noronha
Ceiça, Camping Serra da Capivara, PI
Claudia Guadagnin, OJC, PR
Cláudia Schembri, Santo André, BA
Cláudio Lopo, Itacaré, BA
Cristina Rappa, São Paulo, SP
Cristine Prates e Ciro Albano, Fortaleza, CE
Daia & Jola, Península de Maraú, BA
Daniel Cywinski, Paraty, RJ
Daniela e Alice Marreiros, Serra Capivara, PI
Débora Reis, Itaparica, BA
Dona Ciça, Instituto Pierre Verger, Salvador, BA
Douglas PT & Maiara, Belém, PA
Dra. France, Belém, PA
Edgar Fernandez, Instituto Guaju, PR
Elair, Mar Brasil, Pontal do Paraná, PR
Eleildes do Rosário, Quilombo Jatimane, BA
Equipe ICMBio Maricá-Jipioca, Amapá, AP
Fabio Nunes, Aquasis, Aquiraz, CE
Fernando Costa Straube, Curitiba, PR
Filipe Ventura, Quilombo Monte Alegre, ES
Frederico Brandini, São Paulo, SP
Girlan Dias, ICMBio, MA
Gislaine Disconzi, Alto Paraíso, GO
Heleno dos Santos, ICMBio Cajueiro da Praia, PI
Ico, Polyanna & família, Seridó, RN e J. Pessoa, PB
Iranildo S. Coutinho, Maricá-Jipioca, AP
J. Augusto Alves, Macapá, AP 
Jamile Nobre e família, Itaparica, BA
João Velho, Icapuí, CE
Jorge Cuesta, Belém, PA
Jorge Velloso, Instituto Água Boa, Ituberá, BA
José Luiz S. Barata (Seu Zé), Maracá-Jipioca, AP
Josimar de Oliveira, S. José do Seridó, RN
Katja Hölldampf, Belém, PA
Léa Penteado, Santo André, BA
Leck Marinho, ICMBio Maracá-Jipioca, AP
Léo Alves, Vitória, ES
Leopoldo Pivovar, Vargem Alta, ES
Mãe Beth de Oxum & família, Olinda, PE
Mahalo Camping, Icapuí, CE
Marcelo C. Sousa, Aracaju, SE
Marcos Peralta e família, Oca Paraty, PR
Maria das Dores, Quilombo Jatimane, BA
Marisa & Márcio, Península Maraú, BA
Marta Tochie, Península Maraú, BA
Mary Jane, ICMBio São Luis, MA
Mizael, ICMBio Maracá-Jipioca, AP
Mônica Nunes, Conexão Planeta, SP
Muriel Noel, Santo André, BA
Nívia, Instituto Oyá, Salvador, BA
Onofre Monteiro, Aquasis, CE
Osmar Borges, ICMBio Boa Nova, BA
Paulo Silvestro, ICMBio Macapá, AP
Pedrina Rosário, Quilombo Jatimane, BA
Priscilla Gomes, Veracel Porto Seguro, BA
Rafael Buda, Olinda, PE
Rafaella e J. Quental, Rio de Janeiro
Rafa & Julia, Ilha de Santa Catarina
Renata Meireles, Território do Brincar, SP
Ricardo Mendes, Belo Horizonte, MG
Ricardo M. Pires, ICMBio Cabo Orange, AP
Ritinha, Neojibá, Salvador, BA
Roberto Kobayashi, Icapuí, CE
Rogério Funo, ICMBio São Luis, MA
Ronaldo Francisco, L. Magalhães, BA
Salomé França, Itaparica, BA
Samarone, Itabaiana, SE
Suzana Camargo, Conexão Planeta, SP
Sylvia Junghähnel, Parati, RJ
SPVS, Curitiba, PR
Tania Caju & Equipe, Vitória, ES
Tatjiana Lorenz, Goethe Institut, SP
Thiago Toledo, Fortaleza, CE
Tise, SPVS, Curitiba, PR
Vítor Piacentini, Cuiabá, MT
Zaba Moreau, São Paulo, SP


 A Expedição continua...

Clique e vá ao Capítulo IV

 




14 mil quilômetros em 120 dias pela Costa Brasileira - Capítulo IV

Reserva de Cururupu

Gislaine Disconzi merece todos os créditos pela paixão com que nos instigou desde o início da expedição.

Gislaine é Especialista em Conservação das Aves Aquáticas e faz parte do Projeto Mergus da Chapada dos Veadeiros e da IUCN SSC da Duck Specialist Group. Cada email da Gis nos deixava super felizes, sempre recheado com detalhes, dicas, nomes, telefones, contatos, enfim, graças à Gis nossa Expedição à Cururupu foi maravilhosa. Num dos emails, dava o mapa da mina e muito mais:

"Que barato essa aventura de vcs. Desejo sucesso e vou acompanhar tudinho...
A Resex Cururupu está localizada no extremo oeste do Maranhão e para chegar lá tem que sair de São Luis, pegar ferry e percorrer 8h até Cururupu ou Apicum-açu.
De Cururupu podem deixar o carro e seguir de barco (vou dar todas as dicas) e rumar pelos arquipélagos e ilhas. Este lugar é um luxo, são quatro arquipélagos com 12 comunidades (Caçacueira, São Lucas, Peru, Guajerutiua, Valha-me Deus, Porto Alegre, Lençóis, Bate Vento, Porto do Meio, Mirinzal, Retiro, Iguará). Além dessas, Taboa, Mangunça, Urumaru e Beiradão são localidades cuja ocupação se dá sobretudo nos períodos de pesca.

Vejam como acessar a Resex no Plano de Manejo, está mais detalhado (páginas 6 a 8)
Neste documento vcs terão uma visão global da área com mapa e tudo mais.

Entrei em contato com a Mary Jane que tem família em Caçacueira e o irmão dela tem barco e faz transporte pelos arquipélagos. Todos os lugares desse Paraíso são válidos de conhecer, mas em especial Lençóis que tem uma história com o Sebastianismo e com os albinos. O local é um luxo e pode ser a ponte tanto de chegada como de saída das Reentrâncias Maranhences, do ladinho das Reentrâncias Paraenses.

Também anexo um estudo do Prof. Antonio Augusto da UFMA sobre as espécie migratórias dessa região. Se passarem por São Luis sugiro entrar em contato com ele, Adriani Hass e com Flavia Mochel a Rainha dos Manguezais do MA e do PA. Tenho o contato deles todos! Já no Parna Cabo Orange o contato é com Paulo Silvestro.

Olha, teria alguns outros documentos para compartilhar com vcs sobre espécies migratórias, que tive a oportunidade de estudar um pouquinho, mas sinto que não seja esse momento. Talvez em outra hora..."

Enquanto a Toyoca descansava, chegávamos ao extremo Norte pela única via possível: a água

Ao Norte as marés costumam ser gigantescas...

... e os manguezais, um paraíso para muitas espécies...

... de quitutes para as aves migratórias


Uma ilha encantada!

Caçacueira é uma vila de pescadores, com ruas de areia, coqueirais, manguezais e uma linda e extensa praia com pés de Murici, Caju e Guajeru. Ilha Oceânica do Maranhão faz parte da Reserva Extrativista Marinha de Cururupu.

Em 8 de agosto de 1835 o navio Piragibe naufragou enquanto fazia o reconhecimento da costa e a maré trouxe a tripulação para a ilha. Conta-se que um grupo saiu em busca de caça e nada encontrou a não ser poeira e assim nascia Caçapoeira, como primeiro nome da ilha. Em 1838, alguns homens adentraram a ilha em busca de caça, novamente em vão. Só encontraram pés de Cuia, e rebatizaram a ilha como Caçacueira. Bizarro, não? Pois é. A Ilha é urbanizada com casas de palha e alvenaria e a luz elétrica é fornecida por geradores a diesel, durante algumas horas todos os dias.

O povo de Caçacueira vive com o pé na areia

Embarque em Apicum-açu: a ilha depende de muita coisa da cidade

Pescadores vivem muito tempo em palafitas para garantir o de comer

O melhor e mais limpo motor que existe!

O Arquipélago é um Festival de Aves Migratórias

E o céu pinta-se de vermelho!

Depois da Roda de Passarinho fomos apreciar o entardecer no Porto de Caçacueira

 

Quilombo Frechal

O Quilombo Frechal é uma Reserva Extrativista criada por Decreto Presidencial em 20 de maio de 1992 numa área de 9.542 ha no Maranhão.

A criação dessa Resex está ligada à luta das comunidades remanescentes de quilombos pelo reconhecimento do direito às terras ocupadas tradicionalmente na região desde o século XVIII.

Três pequenas comunidades (Frechal, Rumo e Deserto) vivem na Resex e vivem da agricultura, pecuária e pesca (traíra, pacu, aracu, piranha, piau, piaba…); além da extração do coco babaçu pelas Quebradeiras de Coco, utilizado para a produção de óleo e leite; as folhas para confecção de cestos e construção de casas e a casca para a produção de carvão vegetal. Buriti, Juçara, Tucum e Bacaba também fazem parte da Cultura local.

Poucas casas resistem ao tempo do pau-a-pique

No Quilombo Frechal fomos muito bem recebidos por Janileia...

... e pelas crianças para conhecer outros passarinhos

A Comunidade participou da Roda de Passarinho e ganhou fotos, livros, guias e poster

Depois da Roda, o calor nos levou a um delicioso banho de rio


 

Guia e Poster das Aves Costeiras

Passamos os três primeiros meses de 2020 escolhendo, tratando e recortando fotos; estudando cores de fundo até chegar ao azul de Iemanjá; desenhando e trocando ideias com Guias, Ornitólogos e fotógrafos para finalmente apresentar o Guia e o Poster das Aves Costeiras.

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Detalhe do Poster das Aves Costeiras

Outro detalhe do Poster das Aves Costeiras

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Foram acrescentadas algumas espécies além das que estão no Poster

Detalhe do Guia das Aves Costeiras

 

Ficha Técnica

Realização: Roda de Passarinho
Fotos, Redação, Design: Renato Rizzaro
Pesquisa e Revisão: Gabriela Giovanka 
Orientação e Revisão Científica: Vítor de Q. Piacentini e Onofre Monteiro/Aquasis
Fotógrafos convidados: Alejandro Olmos, Bruno Kadletz, Carlos Blanco, Cecília Licarião,
Danielle Bellagamba, João Quental e Marina Somenzari
Fontes: Helmut Sick, CBRO, HBW

 

Agradecimentos

Adriana Mendes, Nova Friburgo, RJ
Aldeia Karipuna, Oiapoque, AM
Aldeia Pataxó, Porto Seguro, BA
Alexandre e Isa Moreira, Ilha de Santa Catarina
Anna Andrade, Ilha de Deus, Olinda, PE
Antonella Tassinari, São Paulo, SP
Bárbara, Leonor e família, Itaparica, BA
Caio Brito e Tati Pongiluppi, Caparaó, MG
Carlos Eduardo Blanco, Angra dos Reis, RJ
Cecília Licarião, Fernando de Noronha
Ceiça, Camping Serra da Capivara, PI
Claudia Guadagnin, OJC, PR
Cláudia Schembri, Santo André, BA
Cláudio Lopo, Itacaré, BA
Cristina Rappa, São Paulo, SP
Cristine Prates e Ciro Albano, Fortaleza, CE
Daia & Jola, Península de Maraú, BA
Daniel Cywinski, Paraty, RJ
Daniela e Alice Marreiros, Serra Capivara, PI
Débora Reis, Itaparica, BA
Dona Ciça, Instituto Pierre Verger, Salvador, BA
Douglas PT & Maiara, Belém, PA
Dra. France, Belém, PA
Edgar Fernandez, Instituto Guaju, PR
Elair, Mar Brasil, Pontal do Paraná, PR
Eleildes do Rosário, Quilombo Jatimane, BA
Equipe ICMBio Maricá-Jipioca, Amapá, AP
Fabio Nunes, Aquasis, Aquiraz, CE
Fernando Costa Straube, Curitiba, PR
Filipe Ventura, Quilombo Monte Alegre, ES
Frederico Brandini, São Paulo, SP
Girlan Dias, ICMBio, MA
Gislaine Disconzi, Alto Paraíso, GO
Heleno dos Santos, ICMBio Cajueiro da Praia, PI
Ico, Polyanna & família, Seridó, RN e J. Pessoa, PB
Iranildo S. Coutinho, Maricá-Jipioca, AP
J. Augusto Alves, Macapá, AP 
Jamile Nobre e família, Itaparica, BA
João Velho, Icapuí, CE
Jorge Cuesta, Belém, PA
Jorge Velloso, Instituto Água Boa, Ituberá, BA
José Luiz S. Barata (Seu Zé), Maracá-Jipioca, AP
Josimar de Oliveira, S. José do Seridó, RN
Katja Hölldampf, Belém, PA
Léa Penteado, Santo André, BA
Leck Marinho, ICMBio Maracá-Jipioca, AP
Léo Alves, Vitória, ES
Leopoldo Pivovar, Vargem Alta, ES
Mãe Beth de Oxum & família, Olinda, PE
Mahalo Camping, Icapuí, CE
Marcelo C. Sousa, Aracaju, SE
Marcos Peralta e família, Oca Paraty, PR
Maria das Dores, Quilombo Jatimane, BA
Marisa & Márcio, Península Maraú, BA
Marta Tochie, Península Maraú, BA
Mary Jane, ICMBio São Luis, MA
Mizael, ICMBio Maracá-Jipioca, AP
Mônica Nunes, Conexão Planeta, SP
Muriel Noel, Santo André, BA
Nívia, Instituto Oyá, Salvador, BA
Onofre Monteiro, Aquasis, CE
Osmar Borges, ICMBio Boa Nova, BA
Paulo Silvestro, ICMBio Macapá, AP
Pedrina Rosário, Quilombo Jatimane, BA
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Rafaella e J. Quental, Rio de Janeiro
Rafa & Julia, Ilha de Santa Catarina
Renata Meireles, Território do Brincar, SP
Ricardo Mendes, Belo Horizonte, MG
Ricardo M. Pires, ICMBio Cabo Orange, AP
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Rogério Funo, ICMBio São Luis, MA
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Samarone, Itabaiana, SE
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SPVS, Curitiba, PR
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Tise, SPVS, Curitiba, PR
Vítor Piacentini, Cuiabá, MT
Zaba Moreau, São Paulo, SP


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